Jornal do Brasil
DA REDAÇÃO - O Banco Central (BC) reduziu a previsão para a economia, ao aumentar o cenário para a inflação neste ano, mas cortou levemente a estimativa para os preços em 2010. As projeções constam no Relatório Trimestral de Inflação do segundo trimestre, divulgado sexta-feira, em Brasília. De acordo com relatório, a expectativa para o Produto Interno Bruto (PIB) neste ano caiu de 1,2% para avanço de 0,8%.
– A resistência observada no setor de serviços tem sido, e é, um dos fundamentos para nossa projeção de crescimento de 0,8% este ano – afirmou o diretor de Política Econômica do BC, Mário Mesquita.
A estimativa para a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que baliza a meta de inflação neste ano, aumentou de 4% para 4,1%. Para a inflação do ano que vem, a projeção caiu de 4% para 3,9%.
O BC piorou seu prognóstico para a indústria neste ano, de alta de 0,1% no relatório anterior para retração de 2,2%. Para a agropecuária, a estimativa passou de contração de 0,1% para recuo de 0,8% em 2009. Já o cenário para o setor de serviços neste ano melhorou, ao passar de alta de 1,7% no relatório anterior para avanço de 2,1%.
O fundo do poço
O diretor do BC afirmou que os indicadores brasileiros sugerem que o fundo do poço da atividade no país ocorreu na virada do ano.
Mesquita acredita que o Brasil pode ter um segundo e um terceiro trimestres de recuperação mais forte antes de entrar em uma trajetória mais estável de crescimento.
– A maioria dos indicadores de atividade sugere que o piso da atividade provavelmente ocorreu na virada do ano – afirmou Mesquita, ao comentar o Relatório de Inflação do segundo trimestre.
Na ocasião, lembrou que a maioria das projeções do mercado indica que o segundo trimestre do ano não será de contração e afirmou que, normalmente, as economias tendem a ter de um a dois trimestres de recuperação mais forte depois de dois trimestres de contração – como ocorreu no Brasil no quarto trimestre de 2008 e no primeiro deste.
– Os indicadores mais recentes do Brasil são construtivos – disse o diretor do BC.
O relatório também destacou que, dada a defasagem do impacto da política monetária sobre a economia, a estimativa é que o pico do efeito do atual ciclo de corte de juros sobre a atividade ocorra no segundo semestre deste ano. Os efeitos máximos sobre os preços, por outro lado, se dariam por volta do fim deste ano e início de 2010.
Endividamento diminui renda
O nível de endividamento das famílias brasileiras no fim de abril chegou a 34,8% da renda anual obtida nos últimos 12 meses. O resultado representa um aumento de 2,4 pontos percentuais em relação ao apurado no mesmo período do ano passado, de acordo com o relatório do BC.
O relatório do BC revelou que a inadimplência (percentual de títulos com atraso superior a 90 dias) das pessoas físicas atingiu 8,4% em abril – alta de 1,2 ponto percentual em relação ao mesmo período do ano anterior. No entanto, dados mais recentes da autoridade monetária mostram que o indicador atingiu 8,6% em maio – o maior nível desde o início da série histórica, em 2000.
http://jbonline.terra.com.br/pextra/2009/06/26/e26064723.asp
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