quarta-feira, 19 de maio de 2010

Lula diz que Conselho de Segurança precisa de 'disposição para negociar'

Presidente argumenta que romper acordo fechado com o Irã significa 'voltar à estaca zero'

MADRI - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu nesta quarta-feira, 19, em Madri, o acordo de troca de combustível nuclear assinado pelo Irã, com intermediação do Brasil e da Turquia e pediu ao Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) disposição para negociar sobre a imposição de novas sanções ao país persa.


Falando no Casino de Madrid a uma plateia de empresários, diplomatas e políticos espanhóis, Lula disse que o compromisso selado com o presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, é "exatamente o que os EUA queriam cinco ou seis meses atrás" e que o Conselho de Segurança precisa de "disposição para negociar". Romper o contrato, argumentou, levará a questão nuclear iraniana "à estaca zero".

Referindo-se ao ex-presidente do Conselho da Espanha Felipe González, que estava na plateia, Lula se posicionou sobre a polêmica. "Você sabe bem que nós fizemos exatamente o que os EUA queriam fazer cinco ou seis meses atrás?", questionou, argumentando que, até a intervenção de Brasil e Turquia, o assunto não tinha intermediários. "Qual era o grande problema do Irã? Era que ninguém conseguia fazer o Irã sentar à mesa para conversar."

O presidente também pediu a reforma do Conselho de Segurança, bandeira pela qual o Brasil luta há 17 anos. "É preciso mais atores, mais negociadores e mais disposição política. E acho que o mundo caminha para isso", argumentou Lula.


As críticas do presidente foram direcionadas ao rascunho da resolução que prevê novas sanções apresentado pelos EUA ao Conselho de Segurança na terça-feira. O anúncio foi uma resposta ao acordo firmado entre o Irã, o Brasil e a Turquia, que prevê a troca de urânio pouco enriquecido por material nuclear pronto para ser usado para fins pacíficos.

As sanções são pretendidas pelas potências ocidentais, que suspeitam que o Irã busque secretamente armas nucleares, o que Teerã nega. O Brasil e a Turquia são membros não permanentes do Conselho de Segurança, sem poder de veto. O Irã já sofreu três rodadas de sanções no órgão, mas afirma que o acordo com esses países é uma mostra de boa vontade e abre caminho para a retomada das negociações com as potências. As informações são da Dow Jones.



http://www.estadao.com.br/

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Vale quer criar fundo milionário para reflorestar a Amazônia

A mineira Vale anunciou hoje que se associou a um grupo de fundos de pensão e ao BNDES para criar um fundo destinado a financiar projetos de reflorestamento no Brasil que contará com um capital inicial de 605 milhões de reais. O objetivo do fundo é financiar projetos produtivos de empresas que incluam em seus planos o reflorestamento de áreas destruídas, principalmente na Amazônia, explicou o presidente da Vale, Roger Agnelli.
Os patrocinadores do fundo propõem como meta reflorestar até 2020 uma área de ao menos 450 mil hectares, sendo 150 mil com florestas industriais, principalmente de eucalipto, para a produção de celulose e papel.
O fundo contará com recursos da Vale, dos fundos de pensões da Petrobras (Petros), da Caixa Econômica Federal (Fucef) e do BNDES.
A Vale seria a sócia majoritária com cerca de 40% das contribuições e o BNDES forneceria os outros 20%.
Segundo Agnelli, o fundo ainda está sob análise da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) do Brasil.
Os sócios na iniciativa também pretendem buscar outras empresas e investidores em países como Barein, Japão e China, que já manifestaram interesse em investir em projetos na Amazônia.
O projeto terá como base a Vale Florestal, uma iniciativa lançada pela empresa há três anos que já plantou 24,5 milhões de árvores em uma área de cerca de 70 mil hectares pertencentes a 41 fazendas que foram arrendadas pela mineira.
Apesar do objetivo ecológico do fundo, os sócios consideram que o mecanismo pode oferecer rendimentos reais de entre 8% e 10% ao ano.
"Para um fundo de pensão é fundamental que o projeto tenha retorno. Cuidamos do dinheiro de aposentados e temos que garantir que as pensões sejam pagas depois", afirmou o presidente da Petros, Wagner Pinheiro.
O retorno procederia da venda de eucaliptos e de outras espécies semeadas para fábricas de celulose e de árvores madeireiras que sejam exploradas de forma sustentável.
Segundo Agnelli, no Brasil há um déficit de madeiras com procedência legal de perto de dois milhões de metros cúbicos ao ano.
A Vale é a maior empresa produtora e exportadora mundial de ferro.



http://noticias.terra.com.br




Refinamento de Pesquisas