quinta-feira, 5 de março de 2009

Visita de Bento XVI: epopeia da Igreja passa por Angola, diz bispo



LISBOA, quinta-feira, 5 de março de 2009 (ZENIT.org).- O bispo da diocese de Viana (Angola), D. Joaquim Ferreira Lopes, afirma que a visita que Bento XVI fará ao país agora em março evidencia o fato de que a epopeia da Igreja passa por Angola.

Em entrevista à Agência Ecclesia, do episcopado de Portugal, D. Joaquim Lopes, ao falar sobre os motivos da visita do Papa, recordou que a grande celebração dos cinco séculos de evangelização já foi feita em 1992, na presença de João Paulo II.

Recordou ainda que Bento XVI «vai aos Camarões entregar o instrumento de trabalho para o próximo Sínodo de Outubro e era natural que outra nação pudesse ser visitada».

«A nossa Nunciatura em Angola aproveitou, certamente, esta deslocação do Santo Padre e, atempadamente, terá feito o pedido.»

«Na África austral –prossegue o bispo–, Angola ocupa um lugar histórico privilegiado, já que a Igreja começou aí nos finais do século XV, e toda a epopeia da Igreja a Sul do Equador passa por lá, como um sinal que nenhuma outra nação tem, ninguém pode tirar a Angola essa primazia.»

D. Joaquim Lopes destaca que, desde que foi anunciada a visita papal, no passado mês de outubro, «todo o país se começou a mexer para receber o Papa».

Ao comentar sobre a segurança em Angola para receber Bento XVI, o bispo afirma que «esse é um problema sério, porque estas visitas são realizadas e preparadas ao milímetro, num trabalho conjunto entre o país que recebe o Papa e o Vaticano».

«Se é sério em qualquer parte do mundo, mais será no chamado Terceiro Mundo, sobretudo numa capital como Luanda, com cerca de cinco milhões de habitantes, uma cidade antiga.»

«Já houve mudanças no programa do Santo Padre, exatamente porque alguns locais não inspiravam total segurança e eu estou convencido de que tudo vai correr bem, porque a capacidade dos angolanos, neste âmbito, é muito grande», diz o bispo.

Já sobre os custos da visita papal, D. Joaquim Lopes reconhece que «implica gastos fora do comum». «Creio que haverá apoio da parte governamental e todos os cristãos estão empenhados em contribuir, à sua maneira, sob este ponto de vista econômico.»

De acordo com o bispo, «o saldo de uma visita papal, a nível dos cristãos e da população em geral, do ambiente sociopolítico, é de tal ordem grande que justifica estes gastos, desde que não sejam feitos de forma exagerada num país que, apesar de potencialmente rico, é carente em vários aspectos».

«Acho que vale a pena gastar este dinheiro, nunca o lamentaremos, porque bem que vai sair desta visita papal é extraordinário e terá efeitos nesta pacificação dos espíritos, que o que mais desejamos em Angola depois da assinatura da paz. Paz política é uma coisa, agora a social, pessoal, dos corações é necessários fortalecê-la», destaca.




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