Ele e seu vice, Luiz Carlos Porto, são acusados de compra de votos e abuso de poder; Roseana deve assumir
Andréia Sadi, do estadão.com.br
SÃO PAULO - Os ministros do Tribunal Superior Eleitoral decidiram cassar por 5 votos a 2 o mandato do governador do Maranhão, Jackson Lago (PDT), na madrugada desta quarta-feira, 4. Ele e seu vice, Luiz Carlos Porto, são acusados de compra de votos e abuso de poder, pela coligação da segunda colocada nas eleições, a senadora Roseana Sarney (PMDB-MA). A filha do presidente do Senado, José Sarney, deve assumir o cargo.
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"É a volta do Clã Sarney, o que significa que o fortalecimento da família dele não se deu apenas com o retorno do presidente do Senado (José Sarney, eleito em janeiro). É uma dose dupla sim, e, de certa maneira veio de forma inesperada. Mas foi pela via comum, que é da Justiça, pela via democrática", afirmou o cientista político Marco Antonio Teixeira, da FGV ao estadao.com.br.
A senadora, no entanto, deverá se afastar do cargo por um período, já que terá de se submeter a uma cirurgia para a retirada de um aneurisma no cérebro marcada para este mês. "A chapa do Lago estava toda acusada, comprometida. Faz de conta que quem ganhou a eleição foi a Roseana. Assim como Lago tem um vice, ela também tem - e ele deve assumir", diz cientista. João Alberto de Souza (PMDB) é o vice de Roseana.
O TSE adiou por duas vezes o julgamento de Lago. Na primeira, o ministro Joaquim Barbosa se afastou do caso alegando razões de foro íntimo. Na segunda, o ministro Fernando Gonçalves passou mal e teve de receber atendimento médico.
Lago é o segundo governador a ser destituído do cargo pelo TSE. Antes do carnaval, o Tribunal confirmou a cassação de Cássio Cunha Lima, governador da Paraíba, e seu vice, José Lacerda Neto (DEM). O Estado foi assumido pelo ex-senador José Maranhão(PMDB).
Lima e Neto foram acusados pela coligação de Maranhão de abuso de poder, conduta vedada a agente público e compra de votos.
O Tribunal Superior Eleitoral vai julgar ainda a cassação de cinco governadores do País neste ano. As acusações vão desde propaganda eleitoral irregular até abuso de poder econômico, passando pela mais comum: compra de votos. Estão na mira do Tribunal: Marcelo Déda (PT-SE), Marcelo Miranda (PMDB-TO), Luiz Henrique (PMDB-SC), Ivo Cassol (PPS-RO) e Ottomar Pinto (PSDB-RR).
www.estadao.com.br/nacional/not_nac333017,0.htm
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