Mais de 300 palestinos morreram nos ataques de Israel contra o grupo extremista Hamas, que domina a faixa de Gaza. Em reação dos milicianos palestinos da faixa de Gaza, três israelenses morreram.
Desde o sábado (27), quando os ataques começaram, pelo menos 327 palestinos morreram, dentre eles 51 civis, sendo 21 crianças, segundo a Organização das Nações Unidas. Os ataques começaram quando as negociações que iriam renovar um cessa-fogo de seis meses falharam.
Em todo o mundo, pessoas protestaram contra a situação. Confira imagens:
Em Bagdá, no Iraque, o movimento Shiit Sadr organizou um protesto no qual bandeiras de Israel foram queimadas (Fotos: Ahmad Al-Rubaye)
Em Berlim, na Alemanha, manifestantes pedem fim do confronto. A premiê Angela Merken culpou Hamas por fim do cessar-fogo. (Foto: Michael Gottschalk)
Em Caracas, na Venezuela, mulher segura cartaz acusando os israelenses de praticarem limpeza étnica contra os palestinos (Foto: Juan Barreto)
'Parem os massacres a Gaza', pedem os franceses de Marselha (Foto: Gerard Julien)
Israel é terrorista, diz manifestante suíço de Genebra (Foto: Fabrice Coffrini)
Paquistaneses queimam bandeiras de Israel e da Índia (Foto: Rizwan Tabassum)
Ingleses protestaram em frente à embaixada israelense em Londres (Foto: Ben Stansall)
No Líbano, os alvos do protesto foram os EUA e Israel (Foto: Mahmoud Zayat)
Manifestação em Caracas foi diante de embaixada israelense (Foto: Juan Barreto)
Ao amanhecer no dia 26 de dezembro na Pérola do Caeté, das casas e ruas de todas as comunidades dessa bela cidade, no nordeste paraense, na região Caeté, saem pelo menos uma maruja ou um marujo de cada família para agradecer e homenagear São Benedito de Bragança. É assim mesmo que o Santo é conhecido, como também é reconhecido o co-padroeiro dos bragantinos, ao lado de Nossa Senhora do Rosário.
Este é o grande dia de São Benedito, para quem nasceu em Bragança ou se tornou bragantino no tempo. São 210 romarias ao longo da história como canta uma música em louvor ao “Santo Preto”, que teria chagado na cidade pelas águas do rio Caeté, também como reza a cultura musical e religiosa local.
O vermelho e o branco das indumentárias de marujas e marujos colorem as ruas nas caminhadas e romaria, e no barracão, na hora dos bailes ao som de rabecas, banjos e tambores. Instrumentos que embalam as gingas das danças ao ritmo do retumbão, chorado, mazurca, xote, lundu e roda. “Todos os caminhos levam a São Benedito”, como disse um bragantino modesto, que prefere o anonimato.
O dia começa com um café da manhã na casa do presidente da marujada. Em seguida marujas e marujos vão buscar juíza e juiz, nas casas deles, e seguem para a missa, na igreja de são Benedito.
Da igreja para o barracão, da louvação ao retumbão, sempre com São Benedito no coração e pés descalços. Rima fácil, pobre, simples, mas capaz de narrar a profundidade expressiva dessa cultura original bicentenária, iniciada pelos escravos e mantida por descendentes e aderentes brancos, pardos e mestiços promesseiros e encantados.
O orgulho se reflete no brilho dos olhos, rostos e vozes, sorrisos e gestos. Falar sobre essa cultura para um bragantino é um prazer. Muita história existe pra contar e ouvir, a respeito da marujada, o lado profano da festividade.
A irmandade de São Benedito de Bragança foi fundada em 03 de setembro de 1798, como conta o professor e historiador Dário Benedito Rodrigues, consertando com palavras um erro histórico impresso em uma plaqueta na fachada da igreja, onde se lê a data “18 de dezembro de 1798”.
Dário é ainda o juiz da marujada, cargo anual conquistado por promessa após a espera em longa lista e que tem como devoção participar de toda a programação e ofertar almoço para marujas e marujos. A mesma obrigação da juíza, a jovem mestranda em Turismo Luana de Sousa Oliveira, que ofereceu almoço no dia 26.
Antes da comida, Luana agradeceu aos familiares o apoio a sua missão e à imprensa, governo do Estado e ao município pelo apoio ao evento e ainda pediu aos devotos de São Benedito que lutem “sempre” pela manutenção da tradição. “Independente de conflitos políticos e religiosos, devemos todos lutar por esta cultura maravilhosa”, resumiu.
A juíza e o juiz passam o bastão no primeiro dia do ano. “A Luana é filha de uma promessa”, comentou o pai, o chefe de cozinha e artista plástico Ofir Oliveira que está com 19 telas sobre óleo em exposição em Bragança. Segundo Ofir, um compadre fez a promessa ao Santo para que a esposa dele engravidasse. E após o tempo certo, nasceu Luana, orgulhosa defensora da marujada e da festividade de São Benedito.
Além das autoridades de juiz e juíza, na marujada também existem os cargos de capitão para os marujos e capitoa para as marujas. Esses cargos são vitalícios, mas são constituídos após eleição em assembléia da irmandade. Uma vez constituídos somente a morte para abrir eleição.
Teodoro Fernandes Ribeiro, como diz, não pode mais fazer o que fazia, passou seu cargo para o vice, José Maria Santiago da Silva, de 52 anos. Teodoro foi quem solicitou sua substituição, já está com 95 anos. “Sempre trabalhei com a diplomacia, quando alguém chegava queimado (bebido) pedia para se acalmar ou se afastar, para não apalhaçar (expressão dele) a brincadeira”, afirmou.
José Silva fala das dificuldades em comandar os marujos. “Para uns somos boas pessoas, para outros somos antipáticos”, declara, explicando que por ser a marujada a parte profana da festa, muitos querem dançar e outros se esbaldar e extrapolam, fazendo “besteira”. Segundo ele, o capitão tem que controlar e harmonizar o grupo, para não prejudicar a marujada. “Essa festa bonita deve ser mantida com irmandade, pois como diz o ditado, boi solto se lambe todo”, ensina.
Aracilda Corrêa, 62, é a capitoa. Ela está radiante porque recebeu a notícia que em 2009 vai ganhar perna nova, uma prótese a ser adquirida com dinheiro da venda das telas de Ofir Oliveira, em torno de R$ 3 mil, como disse o artista. Diabética, Aracilda perdeu a perna esquerda após picada de inseto. Sua perna foi amputada dia 8 de setembro de 2007. Há quatro anos foi eleita capitoa.
Conta ela que achou bonita a marujada após uma “olhada na dança no barracão”, quando tinha 28 anos. Assumiu a posto de vice-capitoa aos 35 anos, graças a sua performance no salão e devoção à irmandade. Assumiu o posto de capitoa após a morte da capitoa anterior.
Romaria – A festividade de São Benedito de Bragança é gigante. A procissão é uma das mais belas demonstrações de fé do povo paraense. A Polícia Militar estimou que este ano cerca de 40 mil pessoas, a maioria absoluta vestida de maruja e marujo, acompanharam o cortejo do festejado Santo Preto, por várias ruas da cidade. A roupa vermelha e branca dominou a cena. “Quem nunca viu tem que vê, é impressionante”, comentou um turista apressado.
Entre as pessoas ilustres, estiveram no cortejo, o secretário de Estado de Cultura, Edílson Moura, a secretária de Estado de Desenvolvimento Urbano e Regional, Suely Oliveira e a diretora-geral da Escola de Governo do Estado do Pará, Edilza Fontes. Quem também visitou Bragança paraense pela primeira vez foi o prefeito de Bragança de Portugal, Antônio Jorge Nunes.
O prefeito se mostrou feliz e não resistiu, caiu na dança com as marujas no Teatro Museu da Marujada. Foi o primeiro natal longe da família. Aceitou o convite do prefeito paraense, Edson Oliveira, após já ter conhecimento de Bragança por informações da jornalista paraense Anete Ferreira e da professora da Universidade Federal do Pará, Nazaré Paz de Carvalho. “Vim conhecer um povo irmão e encontrei uma grande família”, comentou sorridente.
Nunes comentou que em Bragança, no seu país, existem festas tradicionais seculares, com características similares, com trajes ricos em cores, cantos e instrumentos tradicionais, como a gaita de fole. “O importante é conhecer o diferente”, ressaltou, dizendo que convidou Edson Oliveira para visitar sua Bragança, na terceira semana de fevereiro. Antônio Nunes está em seu terceiro mandato na prefeitura de Bragança portuguesa.
A agente administrativa, Marli Matos, aceitou o convite de uma prima bragantina após manifestar curiosidade e não pensou duas vezes, comprou a indumentária e se vestiu à caráter de maruja. “Fiquei encantada com a fé, devoção e com a multidão, é maravilhoso, fui cativada para sempre”, ratificou.
A governadora Ana Júlia Carepa vai entregar nesta segunda-feira 22, às 08h30, no Palácio dos Despachos, 98 patrulhas agrícolas para a agricultura familiar. Os recursos somam mais de 13 milhões de reais e são oriundos da bancada federal paraense, do governo federal, por meio da Superintendência Federal de Agricultura, e da Secretaria de Estado de Agricultura.
As patrulhas serão repassadas para prefeituras, sindicatos e cooperativas de 69 municípios. Com mais essas patrulhas a Sagri somará 170 entregues nesse ano de 2008, e cumpre o compromisso de investir na mecanização do solo para aumentar a produtividade dos alimentos básicos da produção familiar rural, que é meta do Programa Campo Cidadão.
Corregedor avalia que 'fatos já estão apurados' para conselho decidir
Mariângela Gallucci, BRASÍLIA
Depois de receber cópia do inquérito aberto no Superior Tribunal de Justiça (STJ) para investigar desembargadores do Espírito Santo suspeitos de vender decisões, o corregedor nacional de Justiça, Gilson Dipp, informou ontem a seus colegas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) que os fatos são tão graves que dispensam a realização de sindicância para sua apuração.
"A sindicância faz uma apuração, procura ouvir as partes e apurar os fatos. Esses fatos já estão apurados no inquérito que está no STJ (Superior Tribunal de Justiça)", ponderou Dipp. "Eu recebi as mídias, são horas e horas de gravação que dispensariam a sindicância. Esses dados já são suficientes sobre a necessidade ou não de abertura de um processo administrativo disciplinar."
O corregedor resolveu ontem pedir informações aos suspeitos de envolvimento com a venda de decisões judiciais. Depois de receber essas informações, o CNJ deverá analisar se abre ou não um processo contra os magistrados que estão sob suspeita. Mas a decisão somente deverá sair no início do próximo ano, porque o CNJ entrará em recesso na próxima semana e somente deve retomar os trabalhos em 2009.
No início do mês, a Operação Naufrágio da Polícia Federal prendeu oito pessoas, entre as quais o presidente do TJ, desembargador Frederico Guilherme Pimentel, e a diretora encarregada de distribuir os processos, Débora Pignaton Sarcinelli, além de outros dois desembargadores, um juiz, dois advogados e um membro do Ministério Público.
O Tribunal de Justiça do Espírito Santo determinou o afastamento de Pimentel, e dos outros magistrados suspeitos. Indagado se eles deveriam ser mantidos afastados, Dipp respondeu com uma pergunta: "Será que é oportuno e conveniente para os investigados, para o tribunal e para os jurisdicionados que eles voltem a atuar?"
AMAZONAS
O CNJ decidiu ontem abrir procedimento administrativo disciplinar para investigar suspeitas de desvio de recursos públicos por meio de suposta troca de favores entre o Judiciário e a Prefeitura Municipal de Coari (AM).
O procedimento foi aberto a pedido da Prefeitura de Manaus, que queria a instalação de sindicância contra o presidente do Tribunal de Justiça do Amazonas, desembargador Francisco das Chagas Auzier, outros dois desembargadores, quatro juízes e quatro servidores.
O corregedor Gilson Dipp dispensou abertura da sindicância alegando que recebeu minucioso relatório da Polícia Federal. Segundo o CNJ, há suspeitas de que os integrantes do tribunal deram suporte a um grupo criminoso instalado em Coari, que estaria desviando recursos de royalties de petróleo e praticando fraudes em licitações. Todos os suspeitos negam.
Gaza, 4 dez (EFE).- O grupo xiita Hamas anunciou hoje, após consultar as demais das facções palestinas, que não renovará a trégua em Gaza no dia 19 se Israel mantiver o bloqueio à faixa e as operações militares em território palestino.
O cessar-fogo entre Israel e o Hamas expira dentro de 15 dias, pois foi alcançado com mediação egípcia em junho pata um período de seis meses.
"O Hamas e as facções palestinas fizeram consultas internas para tomar uma decisão sobre a trégua com a 'ocupação sionista' (como se referem ao Estado de Israel)", explicou hoje Khalil al-Khaya, um dos principais comandantes do Hamas em Gaza.
Nos encontros, acordaram que a trégua "não será prorrogada sob as agressões e o cerco ao nosso povo na Faixa de Gaza e na Cisjordânia" acrescentou.
Na rodada de consultas, a Jihad Islâmica -uma pequena facção radical, envolvida com atividades terroristas- e a Frente Popular para a Libertação da Palestina (FPLP) coincidiram em apontar a Israel como o único beneficiado pelo cessar-fogo.
"Não consideramos a trégua com a 'ocupação' uma decisão que deva se repetir", assinalou a FPLP em comunicado.
Yamil Youssef, chefe da Jihad Islâmica, acusou Israel de querer "o fim da 'resistência' em troca de umas poucas remessas de alimentos", em alusão ao ligeiro alívio do bloqueio a Gaza que permitiram as autoridades israelenses em contrapartida pelo fim do lançamento de mísseis.
Tanto Israel quanto as milícias palestinas violam diariamente a trégua há um mês, desde que o Exército israelense matou seis integrantes do Hamas ao entrare em Gaza para destruir um túnel subterrâneo supostamente escavado para capturar soldados israelenses.
Desde então, 19 palestinos morreram em operações militares israelenses.
Nenhum israelense perdeu a vida apesar de o Hamas ter lançado cerca de 200 foguetes lançados da faixa de Gaza contra as localidades vizinhas de Israel neste período. EFE sa'ar-ap/jp |Q:DCG:pt-BR:16002000:Distúrbios e conflitos :Conflito armado DCG:pt-BR:16001000:Distúrbios e conflitos :Terrorismo POL:pt-BR:11014001:Política:Organismos internacionais:Relações internacionais|