O coronel José Paulo, do Corpo de Bombeiros, afirmou que os trabalhos de resgate no Morro do Bumba, em Niterói, deve durar mais de quinze dias, pois será preciso retirar mais de um milhão de toneladas de lixo e entulho do local. Segundo estimativas da Prefeitura de Niterói, entre 200 e 300 pessoas devem estar soterradas após o deslizamento de terra ocorrido por volta das 20h50 de quarta-feira. Até as 14h, dez corpos tinham sido encontrados e 21 sobreviventes haviam sido resgatados.
Arte iG |
Com isso, sobe para 89 o número de mortes confirmadas no município por causa das chuvas que atingem a região desde o início da semana. Niterói é a cidade mais afetada pelos temporais que castigam o Rio de Janeiro há dois dias. No Estado, já são mais de 150 mortos.
Helio Motta |
Morro do Bumba, onde deslizamento pode ter soterrado cerca de 200 pessoas |
"Difícil ter sobreviventes"
Na manhã desta quinta-feira, o secretário de Saúde e Defesa Civil, Sérgio Côrtes, disse que considera extremamente pequena a chance de encontrar ainda sobreviventes porque a lama impede a passagem de oxigênio e "cada minuto que passa mais difícil fica".
Côrtes avalia que o desabamento de tantas casas ao mesmo tempo pode ter sido facilitado pelas condições do terreno, pois ali havia anteriormente um aterro sanitário. "Não sou geólogo, mas imagine um aterro sanitário onde a água se infiltra mais rapidamente".
Na hora do desabamento, chovia e ventava muito na região.
Trabalho de resgate
Cinco unidades dos bombeiros, entre os quais o Grupamento Florestal com cães farejadores, foram deslocadas para o morro do Bumba. Cerca de 150 homens trabalham no local.
A tragédia no Rio já supera a ocorrida em Santa Catarina, em novembro de 2008, quando morreram 135 pessoas por causa dos temporais. A maioria dos óbitos, no Rio, foi causada por deslizamentos de terra ou desabamentos, segundo informações da Defesa Civil do Estado.
Segundo a Defesa Civil, os municípios mais afetados pelo mau tempo foram Rio de Janeiro e Niterói, com 48 e 85 mortes, respectivamente. Os municípios de São Gonçalo (16), Nilópolis (1), Petrópolis (1) Paulo de Frontin (1) e Magé (1) também contabilizam mortes.
Em relação ao número de feridos, a corporação informa que o número muda rapidamente. O último balanço realizado, por volta das 5h desta quinta-feira, aponta 161 resgatados em todo o Estado do Rio.
(*com informações de Sabrina Lorenzi, iG Rio de Janeiro)
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