sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Grandes bancos terão de ter capital extra contra quebra

AE - Agencia Estado

GENEBRA - Os grandes bancos serão obrigados a garantir um maior capital para resistir a eventuais turbulências e evitar quebras como ocorreram desde setembro de 2008. A medida faz parte de um pacote de reformas apresentado ontem pelo Comitê da Basileia de Supervisão Bancária, uma espécie de agência reguladora mundial das regras do sistema financeiro. Vinte e sete países, entre eles o Brasil, fazem parte do Comitê. No centro da proposta estão medidas para garantir liquidez, evitar quebras e reduzir os riscos para o sistema econômico.

Desde a eclosão da crise, os balanços dos bancos já apresentaram perdas de US$ 1,7 trilhão. Os fluxos de crédito dos bancos não voltaram aos níveis anteriores à crise e as economias entraram em recessão, mesmo com os bilhões de dólares injetados por governos. Sem acesso a créditos, empresas quebraram e o desemprego explodiu. Enquanto isso, a dívida de governos bateu recordes.

A regulação dos bancos tem sido um dos alvos do trabalho do G-20 (grupo das 20 maiores economias do mundo), ainda que críticos alertem que as reformas até agora estão muito distantes das promessas feita por políticos no momento da eclosão da crise. Em abril, a cúpula do G-20 estipulou que novas exigências deveriam ser criadas para o sistema financeiro, dando ao Comitê da Basileia a tarefa de chegar a esse padrão.

Agora, as reformas são consideradas como as mais profundas nas últimas décadas e, ontem, os mercados já reagiram às propostas que representam um cerco às atividades dos bancos. Os detalhes serão negociados pelos governos até o final de 2010. Mudanças na forma de registrar os balanços, detalhes sobre a exposição de cada instituição e outras mudanças já teriam de ocorrer no próximo ano. Cada banco teria de detalhar, por exemplo, sua exposição a derivativos. Mas a maioria das medidas somente será adotada a partir de 2012, quando se espera que a economia mundial já esteja em plena expansão.

A principal medida é a exigência de que bancos mantenham um maior volume de capital - tanto em ações como em recursos - para permitir que lidem de forma mais tranquila com eventuais perdas. Os bancos teriam duas opções: reter seus lucros ou sair ao mercado para se capitalizar. A ideia é simples: acumular um colchão de recursos em épocas de expansão para permitir o uso em períodos de crise. Uma lista de bancos considerados pilares da economia mundial ainda será redigida, e essas instituições terão responsabilidades maiores. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.




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