PARIS, França (AFP) — O presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, exaltou nesta terça-feira a "onda de democracia" que vive atualmente a América Latina e destacou que não pode haver "retrocessos" como o golpe de Estado de Honduras.
Lula fez estas declarações ao receber, em Paris, o prêmio Houphouet-Boigny da Unesco por sua ação em favor da paz.
"A América Latina está vivendo uma vigorosa onda de democracia, liderada por setores historicamente deserdados e marginalizados que conquistaram seu lugar e sua voz em sociedades mais soldiárias", afirmou.
"Não podemos, portanto, permitir retrocessos, e é por isso que condenamos o golpe de Estado em Honduras", enfatizou.
O presidente do Brasil ainda criticou o legado da Guerra Fria, condenando principalmente a manutenção de arsenais nucleares, e defendeu o fim do embargo americano a Cuba.
"O fim do embargo seria uma prova importante da vontade dos Estados Unidos de se relacionarem com toda a região, e contribuiria para a paz em nossa América", comentou.
Lembrando que a Constituição do Brasil é uma das poucas que estipula que a energia nuclear deva ser utilizado exclusivamente para fins civis, Lula qualificou as armas nucleares de "obsoletas".
"Somos firmemente opostos à proliferação nuclear", ressaltou.
Lula ainda se pronunciou contra noções como guerra de civilizações ou guerra preventiva. "É inaceitável justificar uma agressão em nome de uma ação preventiva", afirmou.
Antes do discurso de Lula, vários militantes da organização ecologista Greenpeace entraram no recinto e pediram ao presidente brasileiro que se comprometesse com a proteção da Amazônia e o combate ao aquecimento global.
Criado em 1989, o prêmio da Unesco concedido hoje ao presidente Lula tem como objetivo "homenagear as pessoas, instituições ou organismos que contribuiram para fomentar, buscar ou manter a paz".
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